(Imagem:http://linguistique242.wikia.com/wiki/Psychologue)
Sempre que encontro com gestores que ainda não foram alvos de
projetos de modelagem de processos, ouço a mesma pergunta: “quando você vai lá
dar um jeito nos meus processos?”, às vezes num tom de descrença e às vezes de
desespero. Invariavelmente respondo que não posso “dar um jeito” em nada, o que
faço é ajudá-lo a se ajudar.
Fazendo uma analogia, em essência, é isso que faz um
psicoterapeuta: permitir que o paciente compreenda os males que o afligem, por
meio de análise profunda de sua situação psíquica. Da mesma forma, nos
debruçamos, ao lado dos gestores e colaboradores, sobre o processo e extraímos
todas as informações necessárias a sua compreensão.
De posse dessas informações, ajudamos o gestor-paciente,
agora já ciente dos males que afligem seus processos, a procurar soluções para
obter melhores resultados: alterando ou criando novas regras, dimensionando
melhor os recursos, trabalhando entradas e saídas e/ou melhorando as atividades
geradoras de valor.
Todo paciente está sujeito a recaídas e, portanto, no começo
precisa de assistência do profissional para que encontre seu equilíbrio. De
forma semelhante, nós do Escritório de Processos devemos acompanhar essa
transição para processos remodelados até a sua estabilização e manter sempre o
seu “comportamento” sob monitoramento,
por meio de indicadores de eficiência e eficácia.
Um bom psicólogo sabe que somente tratar de um desconforto
isolado pode não ser suficiente para manter a saúde mental do paciente,
então procura, também, fazer o paciente entender qual o seu papel no
mundo, para que este se sinta parte de um todo e tenha um conforto existencial.
Quando rompemos as barreiras funcionais dos processos de negócio, conectamos as
atividades dos silos funcionais, permitindo uma visualização do processo
ponta-a-ponta. Desta forma, estamos conectando realidades isoladas em uma
cadeia de geração de valor.
Importante ao implementar projetos de BPM é tentar fazer com que
gestores e colaboradores entendam que seus processos não funcionam
isoladamente, fazem parte das atividades que, em última instância, existem para
implementar a Missão da organização e alcançar a Visão estratégica; bem como entender que a
intervenção nos mesmos deve estar sempre alinhada a um planejamento
estratégico.
Se todos fôssemos totalmente equilibrados e imunes aos altos
e baixos da vida, os psicólogos não teriam razão de existir. Assim é com o
Escritório de Processos e seus profissionais, estamos sempre buscando tornar a
Gestão por Processos um ciclo permanente de evolução da gestão organizacional.
Não preciso dizer que temos muito trabalho para chegar a esse ponto, o
importante é não esmorecer, e continuar na batalha.
Até a próxima!
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