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O padrão VBPMN e medidas em processos complexos

Relendo material da Sociedade para a Ciência de Processos e Design (SDPS - www.sdpsnet.org) achei dois interessantes artigos publicados no "Transactions of the SDPS Journal", edição de dezembro de 2011. Um deles apresenta a fundamentação do padrão VBPMN (um modelo em rede de gestão de processos de negócios baseado em valores) e o outro trata de medidas de complexidade para a evolução de processos em rede.

Um problema central que nos deparamos ao tratarmos de sistemas complexos é a falta de uma linguagem de especificação formal que dê conta de sua dinâmica, quando falamos de modelagem dos processos (e de suas correspondentes simulações, emulações e encenações). O padrão VBPMN busca atender a tal demanda, apontando os requisitos mínimos a serem caracterizados em uma tecnologia de design associada a processos complexos "vivos".

Outra questão importante é o fato de que a visão de simplicidade torna-se complexa à medida que o nível de precisão requerida em nossas observações aumenta, assim como as interações entre os diversos elementos do processo. Isto faz com que modelos construídos com base em teorias clássicas passem a ser insuficientes para responder às necessidades de nossos processos complexos.

O artigo apresenta os elementos mínimos da notação VBPMN e uma discussão dos princípios de processos vistos sob uma ótica da complexidade (temas como inclusão, exponenciação, reconhecimento, dualidade, permanência, unidade, tempo-zero, auto-defesa, transição, contextualização, integração com esforço zero, transdisciplinariedade, proto-interação, autorecorrência, variabilidade, estrutura fraca, rastreabilidade, co-evolução, veracidade, sincronicidade, paralelsimo e reconstrução).

Já o "paper" que trata de medidas de complexidade é a base teórica do algoritmo de fatiamento de processos ("slice and trace"), que permite o rastreamento, a gestão e a verificação de efeitos colaterais antes da implementação de alterações nos modelos.

Apesar do tom de matemática avançada, as conclusões do artigo demonstram a importância da existência de mecanismos para avaliar, controlar e modificar processos com o mínimo de consumo de tempo e de custos. Assim, a modelagem da complexidade das estruturas dos processos é a fundação para a pesquisa de sua evolução.

A proposição de um modelo de rede de gestão de processos (PMN, do inglês Process Management Network) combina dados históricos e atuais; os históricos nos auxiliam a extrapolar comportamentos e problemas futuros, enquanto os dados atuais ajudam justamente a projetar transições que mimimizem ou eliminem efeitos indesejáveis e potencializem o que queremos observar. As bases tradicionais da teoria de processos de negócios não possuem sustentação científica para identificação, caracterização e melhoria dos resultados, saltando direto para a proposição de melhorias sem os cuidados necessários e aumentando os riscos de insucessos pela falta de medida dos impactos de um novo processo. 

Abraços.
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