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Como a Arquitetura Corporativa pode auxiliar o cidadão?


No artigo de hoje apresentaremos um caso envolvendo uma análise de negócios, orientada pelo uso da arquitetura corporativa, que permitiu automatizar e simplificar o processo de solicitação de subvenções para moradias, para cidadãos norte-americanos.

O Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD - Housing and Urban Development) é a principal agência federal norte-americana que trata das necessidades habitacionais da população, visando melhorar as comunidades daquele país. O HUD tem ajudado os americanos a realizar o sonho da casa própria, fornecendo seguro hipotecário para cerca de 37 milhões de famílias. O Departamento tem mais de 9.000 funcionários e um orçamento anual de US $ 28 bilhões, dos quais 258 milhões são voltados para projetos de TI.

A Lei Federal de Melhoria da Gestão de Assistência Financeira (Federal Financial Assistance Management Improvement Act), de 1999, estabeleceu a iniciativa “grants.gov” para permitir interações eletrônicas simples e unificadas entre os cidadãos candidatos a subvenções e as agências federais. Essa iniciativa exigiu que as agências fornecessem aos usuários a opção de apresentação das solicitações de subsídios, por meio eletrônico, através de um único site.
 
O HUD também é direcionado pela Lei Clinger-Cohen, de 1996, concebida para melhorar a maneira como o governo federal americano adquire, utiliza e dispõe de tecnologia da informação (TI) e pela Circular OMB A-130, que obriga o desenvolvimento e aplicação de uma única arquitetura corporativa para os órgãos federais. A arquitetura corporativa também é um componente chave do governo eletrônico (e-Government) no progresso da Agenda de Gestão do Presidente dos EUA.

Desde então, o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano enfrentou vários desafios:
  • O HUD possuía 43 modalidades de financiamento, usando 72 formulários de solicitação diferentes; 
  • A maioria dos programas de concessão não previa o intercâmbio eletrônico de dados; 
  • Para representar os subsídios no Modelo Lógico de Dados de Gestão de Subsídios (LDM - Logical Data Model), os dados de vários programas tiveram de ser conciliados e padronizados em todo o Departamento; 
  • Diante dos inúmeros programas de subsídios, dos requisitos exclusivos de coleta de dados, do tempo limitado e dos padrões em desenvolvimento, o HUD necessitava de uma solução flexível para iniciar a consolidação de diversos formulários, bem como se preparar para as mudanças ocasionadas nos processos usados em seus escritórios responsáveis pelos programas.
O projeto, liderado pelo Grupo de Gestão de Informação Corporativa (EIMG - Enterprise Information Management Group), inicialmente, “arquitetou” e implementou uma solução para converter formulários manuais de solicitação de subvenções, para um formato eletrônico.

Arquitetos corporativos e arquitetos de soluções trabalharam em colaboração com os especialistas técnicos e de negócios do Departamento e de outras agências governamentais para orientar o desenvolvimento de modelos de tecnologia da informação, que representassem todas as necessidades nas camadas da Arquitetura Corporativa do HUD. A prática forneceu orientação estratégica para o processo de Gerenciamento de Investimento em TI (ITIM - IT Investment Management), alinhando soluções comuns a todas as linhas estratégicas de negócios, funções de negócios e serviços de TI essenciais ao Departamento. Essas atividades permitiram acelerar o processo de modernização de TI no HUD.

Esta abordagem baseada em arquitetura corporativa permitiu ao HUD converter 99% de suas aplicações de concessão de subvenções, para o formato eletrônico “grants.gov”, em menos de um ano. Os principais resultados do Projeto de Padronização dos Dados de Subvenções, incluem:

• Serviço melhorado para os clientes e parceiros de negócios. O HUD fornece aos seus clientes e parceiros de negócios, tais como governos estaduais e municipais, organizações sem fins lucrativos, idosos/deficientes e famílias de baixa renda, um processo simplificado e padronizado para aplicar concessões. Isso criou um ponto único de entrada para todos os pedidos eletrônicos de subvenção solicitados ao Departamento.
• Roteiro para padronizar dados de subsídios. O HUD desenvolveu um roteiro para consolidar e padronizar dados de subvenções, de forma a reduzir os riscos e custos na implementação de uma solução única e integrada para a gestão de subvenções.
• Framework para gerenciar e medir mudanças futuras. O "as-is" da arquitetura de gestão dos dados de subvenções, fornece ao HUD uma "linha de visão" necessária para responder rapidamente às revisões anuais de infraestrutura e aplicações necessárias à gestão das subvenções. Esta metodologia de arquitetura de dados fornece processos repetitivos e métricas de referência para mostrar os progressos em relação à consolidação de formulários e à padronização de dados.

Com base nesses resultados, o HUD foi capaz de reprogramar US $ 2,5 milhões do sistema de subsídios para financiar outras iniciativas de missão principal, e reduziu seus custos em US $ 1,5 milhões.

Atualmente, as práticas de arquitetura corporativa no HUD desencadeiam um ciclo de vida de TI, composto por 3 fases integradas: arquitetura, investimento e implementação. O trabalho de arquitetura corporativa é orientado ao negócio e as soluções de TI tem início com o modelo de negócio pretendido firmado como meta. O HUD “arquiteta” antes de projetar e projeta antes de construir e implantar tecnologias.

Além de transformar a forma como o Departamento presta seus serviços, essa abordagem permite ainda:
  • Simplificar as decisões de investimento em TI;
  • Acelerar a implementação de sistemas;
  • Reduzir a diversidade de sistemas.
Até aqui foram apresentadas propostas e casos de sucesso no uso da arquitetura corporativa em apoio à gestão e governança das empresas. No próximo artigo, questionaremos  o seu uso! Não perca e não deixe de comentar!
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