A integração
entre o SIG (ou GIS – Geographic Information System) e as tecnologias de geoprocessamento
(que são as tecnologias envolvidas no processamento de dados espaciais), bem como
os fluxos de trabalho, somados as tomadas de decisão numa organização é
denominado SIG Corporativo.
Não existe um
modelo único de como esta integração deve ser realizada, pois esta união de SIG
com processos corporativos se dá de maneira única a cada instituição. Cada empresa
deve formular como essa integração deve ser feita de forma a garantir que este
instrumento atenda as demandas necessárias de forma eficiente para o seu ramo
ou mercado de atuação.
Segundo Jaana
Mäkelä et al. (2009) a integração para consolidação de um SIG corporativo
ocorre em estágios distintos nas empresas. Esses estágios são denominados
“níveis de maturidade” ou GIS Maturity
Level. O nível de maturidade SIG de uma organização é concebido através de
seus recursos tecnológicos, competência humana, entendimento dos benefícios e
utilização efetiva das tecnologias e informações espaciais para que se alcancem
os objetivos corporativos. Em uma empresa “madura”, que já atingiu o SIG
corporativo, as informações geográficas (espaciais) são utilizadas em todos os
processos de negócios em que poderão oferecer benefícios, e o seu uso não
estará mais vinculado apenas a uma demanda específica da área de Cartografia e
Mapeamento, mas sim integrada ao sistema de informação da organização. (Marr
and Benwell, 1996).
Para definir
os níveis de maturidade no qual uma empresa está inserida, e também fornecer suporte
para uma evolução até a consolidação de um SIG corporativo, foi proposto um
modelo de maturidade SIG por Jaana Mäkelä (Universidade de Helsinki e
Universidade de Aalto). Este modelo foi publicado na Conferência Geoespacial
Global maio de 2012 na cidade de Québec no Canadá. Jaana Mäkela, porém, possui
trabalhos publicados acerca do tema “SIG Corporativo” pelo menos desde o ano de
2010.
Os níveis de maturidade segundo
Jaana Mäkelä:
a) Caso
Específico: A organização utiliza pouco dados geográficos, que são produzidos
ou consultados por poucos profissionais interessados de maneira não
sistematizada.
b)
Administrado Separadamente em Cada Ramo: A utilização de dados e informações geográficas
é limitada a processos tradicionais de trabalho, que possuem seus próprios sistemas
de informações geográficas separado. A gestão destes dados e informações é descentralizada
e realizada separadamente em aplicações individuais. Os usuários são preparados
para operar apenas suas aplicações específicas e não há benefícios da utilização
destes dados e informações geográficas nos fluxos de trabalho.
c) Coordenado
Concentrado: O uso dos dados espaciais é usado de maneira coordenada, porém não
há planejamento para gestão de casos excepcionais. Dados e informações geográficas
são utilizadas continuamente em diversos processos de negócios. A organização
não tem uma estratégia ou plano comum para a gestão dos dados e informações. A
gestão destes é planejada sistematicamente com outras formas de gestão de
dados. Os benefícios das informações geográficas são avaliados conforme a lucratividade,
ou diminuição de gastos.
d) Compreensivelmente
Administrado: A gestão reconheceu os benefícios e a eficiência operacional das
informações geográficas no processo de tomada de decisão e na qualidade dos
produtos entregues ao cliente. A organização possui estratégias para a informação
geográfica porem estas estratégias ainda não estão implementadas ou estão em
seu processo inicial de implementação. A gestão da informação geográfica é centralizada.
e)
Estrategicamente Otimizado: Estratégias de informação são implementadas nas operações
da organização. A gestão das informações geográficas é integrada e faz parte da
gestão de informações gerais da empresa. As informações geográficas são cada
vez mais utilizadas e os funcionários são treinados para a utilização de
aplicações SIG. A gestão segue e mede regularmente como as informações
geográficas afetam a produtividade do trabalho e no processo de tomada de
decisão.
De acordo com Jaana Mäkelä, as
seguintes áreas e subáreas são consideradas para cada nível de maturidade
quanto:
a) Arquitetura: a área abrange os três pontos de
vista sobre arquitetura de sistemas de informação integrado: informação,
sistema de informação e tecnologia. As subáreas são: base de dados geográficos,
softwares GIS e aplicações, e tecnologias que suportam o uso de dados
espaciais. Estas áreas levam em consideração a aquisição e gestão e a disponibilidade
destas informações geográficas para usuários em potencial, pois constituem a
infraestrutura de dados geográficos da empresa. Ferramentas de SIG apropriadas
bem como seu uso flexível sob a forma de tecnologias como desktops, internet e
móveis (mobile) dão suporte a utilização de dados e informações geográficas.
b) Serviços e Processos: este é o quarto ponto de
vista sobre arquitetura de sistemas de informação integrados. Ele descreve o
papel da informação geográfica tanto na organização interna dos processos
corporativos quanto para os serviços externos prestados a cliente ou órgãos
fiscais. Soluções para internet como serviços de mapas para cidadãos são
exemplos de serviços para clientes. A informação geográfica também pode ser
utilizada nos serviços de apoio interno da empresa, como em documentação e gestão
de patrimônio ou obras.
c) Capacidades: a capacidade interna de uma
organização consiste na gestão do entendimento e do compromisso, de
profissionais capacitados, do continua comunicação sobre as possibilidades e
benefícios do uso dos dados espaciais, e da cooperação interna de profissionais
de diferentes setores e departamentos.
Ainda de
acordo com Mäkelä, no modelo de maturidade SIG, o papel individual do profissional
esta relacionado com o compromisso e contribuição pessoal para o aumento do uso
de informações geográficas.
Com nestas
diretrizes, qual o nível de maturidade do uso de SIG na sua organização?
Na próxima
semana detalharemos o Modelo Even Keel, que também descreve e avalia a maturidade de SIG
corporativo!
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