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Arquitetura Corporativa, Governança Corporativa e Gestão nas Organizações Públicas

Olá leitores!
No nosso último artigo, encerramos a série que tratou da apresentação de uma proposta do uso de conceitos e práticas de Arquitetura Corporativa, a fim de apoiar as necessidades de interoperabilidade da e-Ping.

No início da série foi apresentado um Modelo de Conteúdo,  o qual permite demonstrar a relação entre os diversos componentes de uma organização governamental, seja sua estratégia, os processos e seus atores e conhecimentos, sistemas e aplicações, dados e informações ou sua infraestrutura física ou de TI. Essa visão auxilia na otimização das interdependências e inter-relações entre as operações de negócios da entidade, a infraestrutura e a inteligência que suporta essas operações. Caso queira você poderá, facilmente, ter acesso à essa série de artigos, seguindo os links indicados em cada um.


Hoje, abordaremos  como a mesma proposta pode apoiar e fortalecer as necessidades de gestão e governança das organizações públicas. O interesse sobre esse assunto tem se avolumado nos últimos anos. Ontem mesmo aconteceu o  I Fórum de Governança Corporativa, evento que tratou da relação entre governança corporativa e o Programa de Governo Eletrônico (e-Gov).

Com frequência, os termos governança e gestão, são utilizados dentro de uma mesma conotação. Entretanto, essas duas disciplinas abrangem diferentes tipos de atividades, exigem diferentes estruturas organizacionais e servem a diferentes propósitos. 
Segundo a ISACA (Cobit 5), "a gestão é inerente e integrada aos processos organizacionais, sendo responsável pelo planejamento, construção, execução, e monitoração, enfim, pelo manejo dos recursos e poderes colocados à disposição de órgãos e entidades para a consecução de seus objetivos".  

Segundo a ABNT (NBR ISO/IEC 38500:2009), "a governança provê direcionamento, monitora e avalia a atuação da gestão, com vistas ao atendimento das necessidades das partes interessadas". No caso das empresas públicas, os maiores interessados são os cidadãos, a sociedade. 

A ilustração representa a relação entre Governança e Gestão, segundo o Cobit5 (ISACA).


Sob a ótica da gestão, uma organização gira a partir dos processos, que geram produtos ou serviços e dados relacionados que, agregados, geram informações que, por sua vez, associadas ao conhecimento dos gestores são utilizadas para a tomada de decisões sobre as operações e estrutura da organização. A partir do feedback e monitoração da gestão, são consolidadas as informações que subsidiarão a sua governança corporativa.

A fim de contribuir para o aprimoramento da governança pública, o Tribunal de Contas da União (TCU) publicou, no início de 2014, um documento que apresenta boas práticas aplicáveis a órgãos e entidades da Administração Pública: o Referencial Básico de Governança. De acordo com essa publicação, para que as funções de governança (avaliar, direcionar e monitorar) sejam executadas de forma satisfatória, três mecanismos devem ser adotados:
Liderança refere-se ao conjunto de práticas de natureza humana ou comportamental que asseguram a existência das condições mínimas para o exercício da boa governança;
Estratégia envolve o relacionamento com partes interessadas, a definição e monitoramento de objetivos, indicadores e metas, bem como o alinhamento entre planos e operações de unidades e organizações envolvidas na sua execução;
Controle por sua vez abrange aspectos como transparência, prestação de contas e responsabilização. 
A Arquitetura Corporativa pode apoiar, mais fortemente, os aspectos relacionados ao mecanismo de Estratégia.

Conforme vimos na série apresentada, "uma Arquitetura Corporativa, representa todo o comportamento que ocorre em uma organização, os dados processados, quem faz o quê, onde estão as coisas e por que as coisas são feitas". Seu Modelo de Conteúdo funciona como uma espécie de "gerador de informações", fazendo com que o desorganizado se torne organizado e coerente, não somente em relação aos processos em si, mas tudo o que diz respeito à organização.

Assim, podemos destacar uma série de benefícios e características advindos da proposta:
  • Visão holística da empresa: a proposta facilita a quebra da visão de silos operacionais, relacionando todos os componentes da empresa. Clarifica as suas prioridades de negócios e identifica suas competências principais. Permite atribuir recursos-chave para projetos com confiança e aproveitar os melhores talentos para as necessidades críticas; 
  • Credibilidade para a tomada de decisões e divulgação de direcionamentos: o uso do Modelo de Conteúdo para mapear a inter-relação entre dados relacionados às entidades e artefatos provoca um salto substancial nas possibilidades de cruzamento de dados para a geração de informações que dêem suporte à tomada de decisões e consequente ampliação das capacidades da gestão, em seus diversos níveis, ligando estratégia e execução, favorecendo a governança da organização;
  • Agilidade: uma vez que apresenta, de forma clara, quais são as dependências existentes entre processos, bem como os gargalos e atividades intermediárias desnecessárias que não agregam valor à entrega dos serviços da organização; 
  • Redução de custos e minimização de riscos: A infraestrutura e competências são utilizadas racionalmente, de forma altamente reutilizável, reduzindo os custos. O grau de imprevisibilidade se reduz em função da visão unívoca entre direcionamento estratégico, necessidades de negócio, ambiente interno e influências externas.
Concorda? Discorda? Tem algo a acrescentar? Deixe sua opinião! Até o próximo artigo, quando será abordado o Modelo de Maturidade de Gestão de Dados.

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