Hoje em
dia, no Brasil, muito se fala em “inclusão digital”, seja por
estudiosos, políticos ou governantes. A Inclusão Digital - projeto
de democratização do acesso às tecnologias da informação –
acaba, muitas vezes, se transformando em discurso retórico em que
não são observados os requisitos técnicos e nem é dada a devida
atenção à observação dos resultados esperados.
O projeto
tem o objetivo de melhorar as condições de vida do “incluído”
com a ajuda da tecnologia, melhorando as condições sociais a partir
do uso de equipamentos digitais. A inclusão pressupõe três
pilares: "a banda-larga, o equipamento digital e o
domínio dessas ferramentas, pois não basta apenas o cidadão
possuir um simples computador conectado à internet que iremos
considerar-lo, um incluído digitalmente. Ele precisa saber o que
fazer com essas ferramentas". [1]
Promover
projetos de compra ou doação de computadores para criancinhas
pobres em escolas ou comunidades menos abastadas, é uma analogia
errônea e, portanto, um equívoco. Essas ações ajudam a propagar
cenários surreais, como é o caso de ver computadores novos que
nunca foram usados porque não há linha telefônica disponível para
conectarem-se à internet ou pela falta de treinamento dos
professores encarregados de repassar o conhecimento técnico para o
uso dos equipamentos.
No Reino
Unido, por exemplo, toda a rede escolar fundamental e média é
digitalizada. Além disso dispõe de professores qualificados,
incentivados pelo governo a dar aulas, seja qual for a sua matéria,
utilizando equipamentos digitais, na medida em que "o uso das
TIC é uma prioridade em todos os currículos de escolas e
faculdades". [3]
Portanto,
não basta dar computador para pessoas, ou promover a venda de
equipamentos mais baratos, pois isto NÃO É, definitivamente,
inclusão digital. Para promover e induzir a Inclusão Social através
da tecnologia digital, o Brasil precisa repensar o objetivo e,
sobretudo, a abrangência desse projeto.
Vamos
promover a inclusão digital no Brasil ?...
Que
brasileiros serão contemplados por esse projeto ? ...
Será que
a questão demográfica, nesse caso, é destino ? … veja o mapa
abaixo e reflita !...
Links correlacionados :
http://mtbi-e-t11-sap-
Links de referência :
Esse mapa é de quando? Qual é a fonte?
ResponderExcluirFGV - 2012
ExcluirO Mapa é de quando e qual é a fonte?
ResponderExcluirPara leigos, iniciados ou desavisados em geral, a advertência de Marcio Ayala é muito oportuna. Em todos os casos, quando está pautado o debate a respeito de políticas públicas de democratização de acessos em nosso país, é essencial ter em perspectiva o quadro dominante e resistente das desigualdades sociais; aqui, expresso com eloquência no mapa que ilustra a ótima publicação.
ResponderExcluirPara mim, acho que já existe o reconhecimento que as TIC são importantes em diversas áreas. Tenho visto diversos trabalhos acadêmicos que atestam sua usabilidade e eficácia, no entanto é preciso destacar como o Márcio Ayala fez, que não basta dar um computador a uma pessoa para que esta se sinta incluída no meio digital. Isto se deve ao fato de que incluir é acrescentar algo na mistura, com o objetivo de torná-la melhor. Nesse contexto é importante ressaltar o papel importante que os profissionais de TIC possuem para criar diretrizes operacionais e estratégias que viabilizem o acesso e diminuam as distâncias. Cabe aos políticos consultar esses profissionais a fim de promover boas práticas. Não adianta nada fornecer caças militares ultratecnológicos para um país que não vai saber operá-los, que não tem gente que saiba fazer a manutenção e que tampouco tem um plano estratégico de defesa do país.
ResponderExcluirRepublicando comentário postado em 06/06: As considerações do texto do prof. Marcio Ayala em torno das reais necessidades do processo de inclusão digital são atestadas em ações como as que realizamos aqui no RS onde através de eventos de inclusão digital promovidas pelo SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), entidade semelhante ao SENAI ou SENAC, porém com foco na sociedade do meio rural, observa-se que este processo vai muito além da distribuição gratuita de equipamentos de informática. Parabéns pela abordagem realista do tema.
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