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Desperdício: Quem paga essa conta?




Sempre ouvimos que o Brasil é o país do futuro.  Existe uma crença de que vamos conseguir transformar nosso país em uma nação grandiosa com índices de qualidade de vida razoáveis, com menos pobreza e violência, mais saúde e educação. Mas o que fazemos efetivamente hoje para conseguirmos chegar neste patamar?

Segundo recente publicação do Correio Braziliense, o Brasil joga no lixo  cerca de 1 trilhão de reais todo ano. A cada 100 reais produzidos 25 evaporam por conta da incompetência, da burocracia, da ineficiência e da corrupção. Uma quantia do tamanho do PIB da Argentina.

A carga tributária brasileira é uma das maiores do mundo e a segunda na América Latina (somente perdendo recentemente para a Argentina), chegando a inacreditáveis 36,3% do Produto Interno Bruto. Não há espaço para aumentar impostos para serem investidos em infraestrutura, educação, transporte, saúde etc. 

O Jornal Nacional, em uma série de reportagens especiais neste mês, mostrou como o nível da educação, falta de transporte de qualidade e ambiente de negócios, prejudicam produtividade de trabalhadores brasileiros.  Empresa de Consultoria com sede em Nova York que mede produtividade no mundo inteiro mostra que dentre 122 países pesquisados, o Brasil aparece em 81º. “Um trabalhador americano produz em um dia o que o brasileiro leva quase seis para fazer”, revela a reportagem.

O recurso mais importante, o humano, é mal preparado para ingressar no mercado de trabalho, fazendo com que as organizações invistam aqui no Brasil 4 vezes mais tempo em treinamento que nos Estados Unidos.

O somatório dessa pesada carga tributária, ineficiência, burocracia, falta de infraestrutura, corrupção e altos juros, é o que chamamos de Custo Brasil. Segundo a FIESP o Custo Brasil é  38% a mais em relação a países emergentes e 30%  a mais quando comparado a países desenvolvidos.

Para ficar em um exemplo mais gritante, da produção de alimentos até o consumo, o desperdício deixa o seguinte rastro: 10% é perdido no plantio e colheita, 50% no transporte e manuseio, 30% nas centrais de distribuição, 30% nos supermercados e domicílios (fonte EBC). 

Nossa população envelhece. Antes uma nação “jovem” com plena força de trabalho, momento em que deveríamos ter aproveitado essa juventude para alavancar a economia, atualmente vemos uma população envelhecendo, com maior expectativa de vida, despreparada para viabilizar um “segundo emprego” e que vai onerar a previdência social. Conta paga pelo conjunto da sociedade.

Não temos tempo a perder. Se quisermos hoje ter esperanças naquele Brasil próspero, rico e avançado, necessitamos não de mudanças e sim de REVOLUÇÕES de produtividade. Não podemos mais nos dar ao “luxo” do desperdício e da ineficiência, pois nós sabemos quem afinal paga essa conta.

O Serviço Público deve resgatar sua função primordial e de fato servir à sociedade, valorizando os recursos orçamentários, fazendo muito mais com muito menos, desonerando as contas públicas, prestando um serviço de qualidade e viabilizando um ambiente favorável para a economia, diminuindo a burocracia e a carga tributária.

A iniciativa privada, por seu turno, deve reinventar seus ambientes de negócio, se adaptar a um mundo muito mais competitivo, colocar a eficiência e produtividade como pauta permanente e a eficácia como foco principal.  

Na semana que vem entenderemos como o BPM pode ajudar o Brasil nesta luta por um país melhor. Até lá!


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