Há uma cena no diálogo
socrático Fedro na qual o Rei Tamos conversa com o deus Thoth tido como
inventor da arte da escrita[1].
O deus Thoth apresenta
as letras ao rei Tamos dizendo: “Isto, ó rei, uma vez aprendido tornará os egípcios
mais sábios e aprimorará suas memórias.”
Então, o rei Tamos
responde: “Sumamente engenhoso, Thoth. O fato é que essa invenção irá gerar
esquecimento nas mentes dos que farão o seu aprendizado, visto que deixarão de
praticar com sua memória.”
De certa forma, o rei
Tamos estava profetizando algo que efetivamente aconteceu. Enquanto no século XVI
um orador era capaz de declamar toda a epopeia "Os Lusíadas", hoje, muitas vezes,
não sabemos nem nosso próprio número de celular!
A quem diga que
isso não é necessário porque sempre podemos pesquisar no Google o que desejamos
saber. Isso é verdade, mas será conseguimos digerir toda a informação que nos é
oferecida?
Biblioteca
Britânica – uma das maiores do mundo com um acervo de cerca de 150 milhões de
itens
O que as pessoas
chamam de progresso de conhecimento é, na verdade, o aumento do número de
registros. Mas, os registros estarem presentes fisicamente, não quer dizer que
alguém os conheça. Portanto, às vezes, o progresso do número de registros
também é o progresso da ignorância, ou seja, há mais coisas que você ignora[2].
E esse é um ponto crucial
quando falamos de Arquitetura Corporativa. Por meio de uma iniciativa de Arquitetura
Corporativa podemos registrar em modelos todo o funcionamento de uma empresa. Mas,
como fazer para qualificar pessoas para que possam absorver o máximo desses
registros?
Apenas registrar a informação não é
suficiente, é necessário aprender a usá-la!
Por isso, o uso da
informação é o fator determinante para o sucesso de uma iniciativa de Arquitetura
Corporativa.
Comentários
Postar um comentário