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Cem por cento digital

Na última semana estive presente no evento "Brasil 100% Digital", promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pela Secretaria Geral e Casa Civil da Presidência da República e pelo TCU e iniciativa pioneira para a construção da Agenda para o Brasil Digital (documento com diretrizes para que o País se torne efetivamente uma nação avançada no uso de tecnologias digitais). Foi um ótimo momento para conhecer experiências de sucesso tanto daqui quanto de outras realidades como Austrália, Coreia e União Europeia e de confirmar que o progresso tecnológico permite que rapidamente possamos melhorar o nível dos serviços prestados à população brasileira.

Se é verdade que há setores em que continuamos excessivamente burocráticos, há esperança no horizonte de curto tempo quando vemos exemplos como a depuração das bases informacionais do Reino Unido, em relação ao serviço de transporte urbano. Naquela situação, a administração britânica constatou que o conteúdo de seus bancos de dados não era satisfatório (dos cerca de 300 mil dados de localização dos pontos de ônibus, 18.000 não tinham boa qualidade), mas a solução buscada foi rápida e efetiva: em vez de mobilizar servidores e organizações para confirmarem os dados, o governo usou a força e a capilaridade dos cidadãos para qualificar as informações - e tal modelo obteve resultados ágeis e consistentes. Nunca a participação foi tão fácil como nos dias de hoje.

Na palestra de minha grande amiga Patrícia Audi, Secretária de Transparência da CGU, outra demostração do poder dos vários agentes para a resolução de problemas públicos: uma prefeitura paulista usou a lógica de dados abertos para publicar informações a respeito da segurança nas estradas da região e, em cerca de 24 horas, uma "start-up" desenvolveu um aplicativo para ciclistas que sequer havia sido imaginado quando da decisão por dar transparência às informações. Outra mostra de que a mehor forma de resolver processos sociais complexos se dá pela comunicação.



Para terminar a semana se coincidências, vi ontem o filme "Rosewater", no qual Gael García Bernal interpreta o jornalista iraniano Maziar Bahari, correspondente da Newsweek nas eleições presidenciais de 2009 e que se vê envolvido nas manisfestações contra o regime e as fraudes eleitorais. Lembro-me que estávamos em Madri naquela época, em uma missão da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento para troca de experiências bem-sucedidas no campo da gestão. Apesar da qualidade do que vimos em orgãos como o cadastro geral de imóveis, a secretaria de segurança pública e a agência de avaliação da qualidade, confesso que nossa principal satisfação foi acompanhar, em tempo real, como os iranianos se faziam ouvir pelo mundo e traziam à tona suas reivindicações de democracia e liberdade.

Orgulhosos de pertencermos à mesma humanidade.




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