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Processos em qualquer situação?

Aproveitei o Dia do Servidor para participar de uma conversa a respeito de processos com um grupo de 30 pessoas, na maioria oriundos  da área de Saúde. Eles trabalham em uma unidade que vem aperfeiçoando a gestão interna e há um grande interesse em aprofundar a gestão dos processos internos, ainda mais em um setor em que o sucesso ou fracasso das ações traz consequências sensíveis e de grande impacto.

A reunião foi excelente e pudemos compartilhar nossas experiências e, de fato, trocar conhecimentos que todos traziam. Saímos maiores do que quando começamos o encontro.

Duas questões em especial chamaram minha atenção durante a sua realização:

1. quando participamos de grupos que não são aqueles que naturalmente temos contato, nossa possibilidade de encontrar visões de "fora da caixa" aumenta substancialmente, quer as pessoas tenham ou não um conhecimento ou uma formação específica no tema. Na ocasião, pelo menos em duas vezes fui surpreendido por discussões em que ideias sofisticadíssimas de gestão de processos "surgiram" antes que tivessem sido sequer apresentadas. Por exemplo, um dos presentes "intuiu" que uma abordagem de gestão de processos que busca estimular as pessoas a descreverem as características dos resultados a serem gerados de forma positiva, ao invés do clássico paradigma de buscar as desconexões do modelo atual, promove um ambiente muito mais saudável entre as equipes e as impede de viver continuamente o passado que se quer abandonar. Em outro momento, outra participante mencionou que na área de Saúde - como, de resto, em qualquer campo da atividade humana - muitas vezes temos a geração de um valor indesejado (por exemplo, quando uma célula saudável sofre uma mutação para uma célula doente, a partir de algum desequilíbrio no "processo" natural das coisas), e se isso poderia ser tratado nos modelos que estávamos construindo. A resposta foi afirmativa - existe um princípio fundamental da moderna gestão de processos que afirma que devemos estar atentos aos resultados chamados "duais", ou seja, aqueles que podem ocorrer mesmo que o que tenhamos previsto tenha ocorrido, ou ainda no caso de algo imponderável acontecer. É um pouco aquilo que discutimos há alguns posts, quando falamos dos fenômenos ditos "cisnes negros" - não podemos impedir seu surgimento, mas podemos estar preparados para aproveitar da melhor forma sua existência.

2. na empolgação da reunião, uma colega abriu a tela de seu celular e mostrou o chamado "mapa metabólico" de reações químicas, fazendo um paralelo com um diagrama genérico de processos que mostrávamos naquele momento. Em sua (correta) análise, a forma de ampliarmos a visão de processos de uma simples sequência de atividades para um modelo que sincroniza insumos (a serem transformados), referências (o que deve ser seguido) e recursos de infraestrutura (o que será consumido na transformação) permite que tal abordagem seja aplicável a qualquer fenômeno em estudo. Apesar de ser totalmente estranho ao tema, entendi que o mapa metabólico é um mapa de processos em que temos os vários componentes que serão transformados, segundo um código biológico que orienta as reações químicas e consumindo energia armazenada em moléculas que trazemos no corpo, visando a, por exemplo, produzir uma determinada proteína. Caso a sincronia esperada não ocorra - ou ocorra em condições distintas do previsto -, podemos observar a falta daquela proteína no organismo e/ou a sua construção deficiente, ocasionando desequilíbrios e, em última análise, as doenças.

Dê uma olhadinha nas duas figuras abaixo, a primeira representando um trecho de um processo complexo de gestão de uma unidade e o segundo, um mapa metabólico de reações químicas, e veja se ela não tinha razão...






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