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Os dados estão no coração de todas as camadas de uma Arquitetura Corporativa

No artigo anterior foi citada a importância dos dados para a adequada tomada de decisões. Hoje, veremos como esses dados se refletem e devem ser tratados no conteúdo de uma arquitetura corporativa.


Muitas pessoas acreditam que a modelagem de dados é algo de uso exclusivo em projetos relacionados a Sistemas de Gestão de Bases de Dados (SGBD ou DBMS, sigla inglesa de Database Management Systems).

Entretanto, a modelagem de dados, particularmente a modelagem conceitual de dados, é uma técnica  crucial para a construção e manutenção de qualquer disciplina de uma arquitetura corporativa.


Os dados têm de ser bem compreendidos para que sejam bem administrados e utilizados. Na sua essência, o modelo de dados fornece uma padronização de linguagem, um vocabulário comum sobre tudo o que diz respeito aos dados envolvidos. O modelo conceitual concentra-se no mais alto nível de abstração e não leva em conta o banco de dados em si, mas a forma como as estruturas serão criadas para armazenar os dados. A modelagem conceitual de dados permite atribuir significado aos dados. 


Outras técnicas de modelagem, cuja definição de uso depende da  disciplina/camada da arquitetura corporativa, interagirão com o modelo de dados formando um conjunto de técnicas integradas que permitirão apoiar a construção da arquitetura corporativa de uma organização.


Para ilustrar o caso com alguns exemplos simples e considerando o Modelo de Conteúdo de Arquitetura Corporativa apresentado nesse artigo, temos:
  • Camada de Negócios: utiliza um modelo de dados de alto nível para descrever o Ecossistema da Organização, ou seja, os stackholders, as suas necessidades e os objetivos do negócio da organização, associado às regras de integração nesse ecossistema.
  • Camada de Processos: um modelo de fluxo de trabalho descreve a sequência dos passos realizados pela atores envolvidos no processo.
  • Camada de Sistemas de Informação: Um caso de uso descreve como um ator completa um passo no processo, interagindo com um sistema para obter um serviço. Um modelo de dados retrata os itens de dados críticos e os atributos ou fatos sobre eles. É a “matéria prima” sobre a qual os processos e sistemas atuam.
Cada tipo de modelo, gerado por uma técnica específica de modelagem dependente da Camada da Arquitetura Corporativa, referencia as entidades relevantes junto ao Modelo Conceitual de Dados, o que demonstra porque a Modelagem Conceitual de Dados é uma técnica tão vital.

Obter uma concordância sobre a definição e a conceituação dos dados deve ser a primeira coisa a ser feita. Uma vez estabelecido, detalhes sobre os processos podem ser adicionados.


Para que isso aconteça, uma boa dica é seguir os seguintes passos:
  • Para começar, descubra os substantivos: ou seja, os itens de interesse para a organização, por exemplo "Produto", "Cliente" e "Localização";
  • Em seguida, descubra as duplas "verbo - substantivo": Isso aponta as atividades que devem ser executadas, como processos e sub-processos, importantes para as operações da organização, por exemplo "Projetar Produto" e "Entregar Serviço";
  • Finalmente descubra as combinações "Ator - verbo – substantivo": Isso forma os casos de uso ou etapas dentro de um processo de negócio, por exemplo, "Arquiteto Líder projeta produtos ".
Nesse alto nível, estamos buscando obter um entendimento sobre os termos e vocabulários que conceituam os dados. Não há necessidade de se prender a um grande nível de detalhe que um modelo lógico nos levaria.

Assim, os modelos conceituais de alto nível (muitas vezes chamados de Modelos de Dados de Negócio) são o veículo apropriado para se usar na construção inicial de uma Arquitetura Corporativa.


Pode-se argumentar que esses modelos se assemelham a uma “ontologia" ou seja, conceitos de negócios e suas relações, apesar de um modelo conceitual de dados com as suas extensões de metadados fornecer muito mais.


O próximo artigo abordará o valor gerado pela Arquitetura Corporativa para os negócios digitais. Até lá!
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